Quaresma

Neste tempo especial de graças que é a Quaresma devemos aproveitar ao máximo para fazermos uma renovação espiritual em nossa vida. O Apóstolo São Paulo insistia: “Em nome de Cristo vos rogamos: reconciliai-vos com Deus!” (2 Cor 5, 20); “exortamo-vos a que não recebais a graça de Deus em vão. Pois ele diz: Eu te ouvi no tempo favorável e te ajudei no dia da salvação (Is 49,8). Agora é o tempo favorável, agora é o dia da salvação.” (2 Cor 6, 1-2).

 Cristo jejuou e rezou durante quarenta dias (um longo tempo) antes de enfrentar as tentações do demônio no deserto e nos ensinou a vencê-lo pela oração e pelo jejum. Da mesma forma a Igreja quer ensinar-nos como vencer as tentações de hoje. Daí surgiu a Quaresma.

 Na Quarta-Feira de Cinzas, quando ela começa, os sacerdotes colocam um pouquinho de cinzas sobre a cabeça dos fiéis na Missa. O sentido deste gesto é de lembrar que um dia a vida termina neste mundo, “voltamos ao pó” que as cinzas lembram. Por causa do pecado, Deus disse a Adão: “És pó, e ao pó tu hás de tornar”. (Gênesis 2, 19)

 Este sacramental da Igreja lembra-nos que estamos de passagem por este mundo, e que a vida de verdade, sem fim, começa depois da morte; e que, portanto, devemos viver em função disso. As cinzas humildemente nos lembram que após a morte prestaremos contas de todos os nossos atos, e de todas as graças que recebemos de Deus nesta vida, a começar da própria vida, do tempo, da saúde, dos bens, etc.

 Esses quarenta dias, devem ser um tempo forte de meditação, oração, jejum, esmola (‘remédios contra o pecado’). É tempo para se meditar profundamente a Bíblia, especialmente os Evangelhos, a vida dos Santos, viver um pouco de mortificação (cortar um doce, deixar a bebida, cigarro, passeios, churrascos, a TV, alguma diversão, etc.) com a intenção de fortalecer o espírito para que possa vencer as fraquezas da carne.

 Na Oração da Missa de Cinzas a Igreja reza: “Concedei-nos ó Deus todo poderoso, iniciar com este dia de jejum o tempo da Quaresma para que a penitência nos fortaleça contra o espírito do Mal”.

 Sabemos como devemos viver, mas não temos força espiritual para isso. A mortificação fortalece o espírito. Não é a valorização do sacrifício por ele mesmo, e de maneira masoquista, mas pelo fruto de conversão e fortalecimento espiritual que ele traz; é um meio, não um fim.

 Quaresma é um tempo de “rever a vida” e abandonar o pecado (orgulho, vaidade, arrogância, prepotência, ganância, pornografia, sexismo, gula, ira, inveja, preguiça, mentira, etc.). Enfim, viver o que Jesus recomendou: “Vigiai e orai, porque o espírito é forte mas a carne é fraca”.

 Embora este seja um tempo de oração e penitência mais profundas, não deve ser um tempo de tristeza, ao contrário, pois a alma fica mais leve e feliz. O prazer é satisfação do corpo, mas a alegria é a satisfação da alma.

 Santo Agostinho dizia que “o pecador não suporta nem a si mesmo”, e que “os teus pecados são a tua tristeza; deixa que a santidade seja a tua alegria”. A verdadeira alegria brota no bojo da virtude, da graça; então, a Quaresma nos traz um tempo de paz, alegria e felicidade, porque chegamos mais perto de Deus.

 Para isso podemos fazer uma confissão bem feita; o meio mais eficaz para se livrar do pecado. Jesus instituiu a confissão em sua primeira aparição aos discípulos, no mesmo domingo da Ressurreição (Jo 20,22) dizendo-lhes: “a quem vocês perdoarem os pecados, os pecados estarão perdoados”. Não há graça maior do que ser perdoado por Deus, estar livre das misérias da alma e estar em paz com a consciência.

 Jesus quis que nos confessemos com o sacerdote da Igreja, seu ministro, porque ele também é fraco e humano, e pode nos compreender, orientar e perdoar pela autoridade de Deus. Especialmente aqueles que há muito não se confessam, têm na Quaresma uma graça especial de Deus para se aproximar do confessor e entregar a Cristo nele representado, as suas misérias.

 Uma prática muito salutar que a Igreja nos recomenda durante a Quaresma, uma vez por semana, é fazer o exercício da Via Sacra, na igreja, recordando e meditando a Paixão de Cristo e todo o seu sofrimento para nos salvar. Isto aumenta em nós o amor a Jesus e aos outros.

 Não podemos esquecer também que a Santa Missa é a prática de piedade mais importante da fé católica, e que dela devemos participar, se possível, todos os dias da Quaresma. Na Missa estamos diante do Calvário, o mesmo e único Calvário. Sim, não é a repetição do Calvário, nem apenas a sua “lembrança”, mas a sua “presentificação”; é a atualização do Sacrifício único de Jesus. A Igreja nos lembra que todas as vezes que participamos bem da Missa, “torna-se presente a nossa redenção”.

 Assim podemos viver bem a Quaresma e participar bem da Páscoa do Senhor, enriquecendo a nossa alma com as suas graças extraordinárias; podendo ser melhor e viver melhor.

 Felipe Aquino
felipeaquino@cancaonova.com
Prof. Felipe Aquino, casado, 5 filhos, doutor em Física pela UNESP. É membro do Conselho Diretor da Fundação João Paulo II. Participa de Aprofundamentos no país e no exterior, já escreveu 60 livros e apresenta dois programas semanais na TV Canção Nova: “Escola da Fé” e “Trocando Idéias”. Saiba mais em Blog do Professor Felipe
Site do autor: http://www.cleofas.com.br

CARNAVAL

CARNAVAL: Você sabe o que é?
[por Maria Adalgiza Barcelos]

Bom… vejamos!
Vamos começar pelo dicionário.  -O que o “Aurélio” nos diz?

Período anual de festas profanas, que se iniciava no dia de Reis (Epifania) e que se estendia até a quarta-feira de cinzas, dia em que começavam os jejuns quaresmais.

E no popular brasileiro?

Confusão, trapalhada, desordem. Em outro dicionário (Enciclopaedia Britannica do Brasil) encontramos “orgia”.

A procedência do nome não é muito clara. Temos do latim “carne vale” ou seja “adeus carne” ou “carnem levare” (suspender ou retirar a carne). Estas derivações indicariam que no Carnaval era permitido o consumo de carne pela última vez antes dos dois dias de jejum quaresmal. O Papa São Gregório Magno teria dado ao último Domingo antes da Quaresma o título de “dominica ad carnes levandas“, expressão que foi sendo gradativamente abreviada para carnes levandas, carnelevamen, carnelevale, carneval ou carnaval.

E, apelando para as origens pagãs do Carnaval, temos que, entre os gregos e romanos, costumava-se fazer uma procissão aonde à frente ia uma forma de nave, dedicada ao deus Dionísio ou Baco. Esta nave em latim chamava-se currus navalis, de onde surgiu a forma Carnavale. As pompas do culto ao deus Baco, com suas fantasias e alegorias são anteriores à era cristã, cerca do séc. VI A.C.. Certos vasos gregos apresentam figuras mascaradas a desfilar em procissão ao som de música.

Os povos pagãos intencionavam, com seus ritos exuberantes, expiar faltas cometidas no inverno ou no ano anterior e pedir aos seres superiores fecundidade da terra e a prosperidade para a primavera e o ano novo.

Em algumas regiões procedia-se à confissão pública dos vícios. A denúncia das culpas tomava um caráter engraçado, como por exemplo, o cômico Arlequim que, antes de ser entregue à morte, confessava os seus pecados e os alheios (grifo nosso).

Apesar das intenções sérias que inspiravam inicialmente tais manifestações públicas, compreende-se que elas tenham mais e mais dado lugar à libertinagem e a deploráveis abusos. As danças e a alegria deviam servir de exortação ao povo para o início de uma nova estação do ano. Mas as religiões chamadas “de mistérios”, vindas do Oriente, por seguirem rituais exuberantes concorreram para o incremento das festividades carnavalescas. Como conseqüência, ganharam o nome de “pompas bacanais”, e tornaram-se, assim, subversivas da ordem pública. Então, o Senado Romano no Séc. II A.C. resolveu combater os bacanais, que passaram a ser acusados de graves ofensas contra a moralidade e contra o Estado.

Fonte: conf. D. Estevão Bittencourt o.s.b. (Pergunte e Responderemos 1958).

 Pronto!… Conhecemos um pouco a respeito do Carnaval. Agora convido você a meditar: hoje, VOCÊ, como cristã(o), o que pensa sobre esta festa? Acha que existe alguma semelhança entre a festa atual e a antiga?

Vamos refletir um pouco juntos. Uma festa que deveria proporcionar alegria a todos os corações – arrependimento dos pecados para começar uma fase nova na vida das pessoas, iniciando-se com o jejum como forma de sacrifício em expiação das faltas, e relembrando a nossa origem, ou seja, o nada que somos e que ao mesmo nada retornaremos; um alerta de que nada de material servirá como salvação – vê-se de forma totalmente inversa.

Estamos, como os antigos pagãos, prestando culto a um deus estranho, onde o que lhe agrada é a futilidade, promiscuidade, obscenidade, culto ao corpo (pura matéria), apresentando a nudez como a mais bela vestimenta. Músicas eróticas e literalmente pornográficas. Daí “encaixamos” direitinho na descrição dos dicionários: festa profana, confusão, trapalhada, desordem e orgia. E como pensava o Senado Romano do Séc. II A.C., “graves ofensas contra a moralidade”. O consumo exagerado de álcool, as drogas correndo solto, o anseio por uma “liberdade sem limites”. O uso apenas de uma única e transparente máscara que não esconde nada além da vergonha. Esta… sim… que se foi perdendo ao longo do tempo e que se tornou “fora de moda”. E como forma de “evitar que a situação se agrave mais” anuncia-se: – “faça sexo seguro: use camisinha”. E distribui-se camisinhas gratuitamente como se esta fosse a forma correta de se evitar que o mal se alastre.

Podemos festejar? Sim, podemos! Podemos nos alegrar? Sim, podemos e devemos! Afinal Deus nos quer alegres e felizes. E nos criou para a verdadeira felicidade que nos levará de encontro a Ele e não para as falsas alegrias, os falsos prazeres que nos impelem para longe do caminho que Ele predestinou para nós.

“Alegrai-vos sempre no Senhor. Repito: alegrai-vos!… além disso, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é nobre, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, tudo o que é virtuoso e louvável, eis o que deve ocupar vossos pensamentos.”, nos diz São Paulo em Fl 4,4.8 e conclui em I Ts 5, 21s “Examinai tudo: abraçai o que é bom. Guardai-vos de toda a espécie de mal”.

Deus nos dá total liberdade de escolha, mas não deixa de nos instruir quanto àquilo que espera de nós. “Tudo me é permitido, mas nem tudo convém” I Cor 6,12. Saibamos pedir a Deus todo o discernimento necessário para fazermos a escolha certa para os festejos do Carnaval.

A nossa Igreja Católica nos oferece uma série de opções. Não pensemos nós que os retiros de Carnaval não passam de 4 dias “bitolados” rezando sem parar. Nada disto! Trata-se de 4 dias de intensa intimidade com Deus. Com júbilo, festa, alegria e… principalmente… muita paz! Quem sai de um retiro destes sai com suas forças totalmente revigoradas e seu espírito totalmente revitalizado. Sem ressacas, sem dor de cabeça, sem ter gastado o que não podia, e o melhor… sem ter na consciência o peso e o arrependimento de ter cometido várias faltas. De modo especial, neste ano em que comemoramos 40 anos de RCC – Renovação Carismática Católica, você encontrará retiros em todas as Dioceses do País

 Então? Que tal aproveitar mais esta opção de escolha que Deus te dá? Vamos!… Faça a experiência! Procure se informar na sua Diocese. “Provai e vede como o Senhor é bom.” Sl 33,9. Não há nada melhor do que passarmos grandes momentos de alegria na presença do Senhor. Se você ainda não fez, esta é a sua chance, e acho, ou melhor, tenho certeza, de que não se arrependerá, muito pelo contrário.

Que Deus abençoe você e que o Santo Espírito de Amor envolva, neste momento, todo o seu ser, de modo que você possa, a partir de agora, iniciar a sua experiência de Deus. E que Maria, a mãe de Jesus, faça com você o que sempre fez com Ele: ame, cuide e proteja. Que o manto de amor desta Mãe envolva você com o seu calor maternal!

Salve Maria! Mãe de Jesus e MINHA Mãe!
Aquela que sempre nos leva ao seu Filho!

Santo André Apóstolo

Santo André

Santo André

30 de Novembro  dia de Santo André Apóstolo

Hoje a Igreja está em Festa, pois celebramos a vida de um escolhido do Senhor para pertencer ao número dos Apóstolos. Santo André nasceu em Betsaida no tempo de Jesus, e de início foi discípulo de João Batista até que aproximou-se do Cordeiro de Deus e com São João, começou a segui-lo, por isso André é reconhecido pela Liturgia como o “protocleto”, ou seja, o primeiro chamado: “Primeiro a escutar o apelo, ao Mestre, Pedro conduzes; possamos ao céu chegar, guiados por tuas luzes!” Santo André se expressa no Evangelho como “ponte do Salvador”, porque é ele que se colocou entre Pedro e Jesus, o menino do milagre da multiplicação o e Cristo e por fim entre os gentios e Jesus Cristo. Conta-nos a Tradição que depois do batismo no Espírito Santo em Pentecostes, Santo André teria ido pregar o Evangelho na região dos mares Cáspio e Negro.

O Menino Jesus e o Papai Noel

 

São Nicolau sim Papai Noel não!

Papai Noel - se rende ao menino enviado por DEUS.

Papai Noel, nossas crianças precisam de símbolos, de histórias, do “faz-de-conta”, além de contos de fada, etc. Você, Papai Noel, veio do norte europeu, tinha o nome de São Nicolau, andava distribuindo presentes. Todavia, você sabe que as coisas mudaram, na verdade, no passado você representou o Pai que nos deu seu Filho. Precisamos da paternidade.

Hoje, Papai-Noel, você não representa mais nada disso. Sei que esta conversa não vai lhe agradar e, por isso, peço desculpas já antecipadamente. Sim, no Natal, o centro é uma criança pobre, humilde, sem teto, desalojada, na periferia, cheirando esterco. “Um Menino nos foi dado” (Is 9,5). O aniversariante, o dono da festa é Jesus nascido em Belém, cidade do pão, ou seja, da partilha, da solidariedade.

Você, Papai Noel, veio do comércio, do mercado, é um marqueteiro do consumismo, um sedutor de crianças, porta-voz das vitrines e compras. Ninguém, Papai-Noel, é contra a festa, os presentes, a alegria. Mas, nossas crianças acabam esquecendo o Menino que colocou a criança no centro de seu reino. Elas, hoje, são fascinadas pelo consumismo e com voracidade viverão seu futuro como escravas da moda, das compras e do disperdício. Jesus foi desalojado e as lojas endeusadas. Desde aquele tempo até hoje, Deus foi despejado, excluído, abandonado: “Não havia lugar para eles.” (Lc 2,7).

Que pena! Muita gente não acredita mais em nada, nem no Menino e muito menos em você, Papai-Noel. Nosso Natal cristão virou feriadão. Apagam-se as luzes da fé e acendem-se as do comércio. O Velho matou o Menino. É verdade que temos gestos lindos de solidariedade, encontros familiares, celebrações litúrgicas. Eis o Natal com Jesus, com o aniversariante, com Maria, José, os anjos, os pastores, os magos. Estes últimos abandonaram suas riquezas, horóscopos e adoraram Jesus. Encontraram o verdadeiro caminho: o Menino e sua Mãe.

Papai Noel, você não precisa desaparecer. Mas precisa mudar. Reconhecemos que você faz gestos humanitários nos hospitais, nas fábricas, etc. Faça como o velho Simeão no templo e ajude-nos a dar o Menino Jesus para as crianças. Que o Menino seja conhecido, amado e seguido.

Natal é a historia de uma gravidez não abortada, é uma festa de fé, esperança e amor que todos os domingos é celebrada na liturgia. Demos um lindo presente ao Menino: os nossos pecados e um grupo de reflexão. Natal é festa da encarnação, da salvação, da partilha, da solidariedade. Nasceu o Príncipe da Paz. Seu trono é fundado na justiça e no direito. O Menino de Belém, com Maria e José, abençoem e nos confirmem no verdadeiro espírito de Natal. Com hinos de glória a Deus nas alturas e com gestos de paz, nos tornaremos mais humanos, alegres, verdadeiros, sensíveis, solícitos e bons. Depois que Jesus veio não podemos viver num mundo sem Jesus e numa sociedade pós-humana. Vamos renascer neste Natal, recuperar o que foi perdido e reencantar-nos pelo Menino.

Dom Orlando Brandes
Arcebispo de Londrina
Artigo publicado na:

Folha de Londrina, 15 de dezembro de 2007.

O Menino Jesus e Papai Noel

Tempo de Natal a mídia e o comércio mudam a Figura central de local, acontece uma inversão de valores. Confira aqui mais um reflexão do Programa “Voltai a Mim”.    

O Menino Jesus e o Papai Noel  

Papai Noel, nossas crianças precisam de símbolos, de histórias, do “faz-de-conta”, além de contos de fada, e etc.  

Você, Papai Noel, veio do norte europeu, tinha o nome de São Nicolau, andava distribuindo presentes. Todavia, você sabe que as coisas mudaram, na verdade, no passado você representou o Pai que nos deu seu Filho. Precisamos da paternidade.  

Hoje, Papai-Noel, você não representa mais nada disso. Sei que esta conversa não vai lhe agradar e, por isso, peço desculpas já antecipadamente.  

Sim, no Natal, o centro é uma criança pobre, humilde, sem teto, desalojada, na periferia, cheirando esterco.  

“Um Menino nos foi dado” (Is 9,5). O aniversariante, o dono da festa é Jesus nascido em Belém, cidade do pão, ou seja, da partilha, da solidariedade.  

Você, Papai Noel, veio do comércio, do mercado, é um marqueteiro do consumismo, um sedutor de crianças, porta-voz das vitrines e compras.  

Ninguém, Papai-Noel, é contra a festa, os presentes, a alegria. Mas, nossas crianças acabam esquecendo o Menino que colocou a criança no centro de seu reino.  

Elas, hoje, são fascinadas pelo consumismo e com voracidade viverão seu futuro como escravas da moda, das compras e do desperdício.  

Jesus foi desalojado e as lojas endeusadas. Desde aquele tempo até hoje, Deus foi despejado, excluído, abandonado: “Não havia lugar para eles.” (Lc 2,7).  

Que pena! Muita gente não acredita mais em nada, nem no Menino e muito menos em você, Papai-Noel. Nosso Natal cristão virou feriadão.  

Apagam-se as luzes da fé e acendem-se as do comércio. O Velho matou o Menino.   É verdade que temos gestos lindos de solidariedade, encontros familiares, celebrações litúrgicas. Eis o Natal com Jesus, com o aniversariante, com Maria, José, os anjos, os pastores, os magos.  

Os magos que abandonaram suas riquezas, horóscopos e adoraram Jesus. Encontraram o verdadeiro caminho: o Menino e sua Mãe.  

Papai Noel, você não precisa desaparecer. Mas precisa mudar.  

Reconhecemos que você faz gestos humanitários nos hospitais, nas fábricas, nos presídios, mas faça como o velho Simeão no templo e ajude-nos a dar o Menino Jesus para as crianças.  

Que o Menino seja conhecido, amado e seguido.  

Natal é a historia de uma gravidez não abortada, é uma festa de fé, esperança e amor que todos os domingos é celebrada na liturgia. Demos um lindo presente ao Menino: os nossos pecados e um pouco de reflexão.  

Natal é festa da encarnação, da salvação, da partilha, da solidariedade. Nasceu o Príncipe da Paz.   Seu trono é fundado na justiça e no direito.  

O Menino de Belém, com Maria e José, abençoem e nos  confirmem no verdadeiro espírito de Natal. Com hinos de glória a Deus nas alturas e com gestos de paz, nos tornaremos mais humanos, alegres, verdadeiros, sensíveis, solícitos e bons. Depois que Jesus veio não podemos viver num mundo sem Jesus e numa sociedade pós-humana. Vamos renascer neste Natal, recuperar o que foi perdido e reencantar-nos pelo Menino.  

Reflexão do Programa “Voltai a Mim”, dia 23 de Dezembro de 2008. Colado de

BASÍLICA DE SÃO JOÃO DE LATRÃO – Comemoração dia 09/11

EVANGELHO COMENTADO

Basílica de São João de Latrão – Roma – Itália
Evangelho de Jo 2,13-22

Basilica de Latrão

Basilica de Latrão

A purificação do Templo

Estando próxima a Páscoa dos judeus, Jesus subiu a Jerusalém. No templo encontrou os vendedores de bois, de ovelhas e de pombas e os cambistas sentados. Tendo feito um chicote de cordas, expulsou todos do templo, com as ovelhas e com os bois; lançou ao chão o dinheiro dos cambistas e derrubou as mesas e disse aos que vendiam pombas: “Tirai tudo isso daqui; não façais da casa de meu Pai uma casa de comércio”. Recordaram-se os discípulos do que está escrito: O zelo por tua casa me devorará. Os judeus interpelaram-no, então, dizendo: “Que sinal nos mostras para agires assim?”. Respondeu-lhes Jesus: “Destruí este templo, e em três dias eu o levantarei”. Disseram-lhe, então, os judeus: “Quarenta e seis anos foram precisos para se construir este templo, e tu o levantarás em três dias?”. Ele, porém, falava do templo do seu corpo. Assim, quando Ele ressuscitou dos mortos, seus discípulos lembraram-se de que dissera isso, e creram na escritura e na palavra dita por Jesus.

COMENTÁRIO

A Basílica Lateranense é considerada a mãe de todas as Igrejas da Urbe (Roma) e do Orbe (mundo). Esta Igreja conhecida por Basílica de São João de Latrão, foi construída por Constantino entre 310-315 na era cristã em Roma, sendo Papa, Silvestre I. Ela foi dedicada ao Santíssimo Redentor.

Por que a data da consagração desta Igreja é comemorada pela liturgia? A consagração de uma Igreja-Catedral, de forma solene, é como o batismo de uma nova comunidade que surge e se organiza ao redor do bispo, pai da comunidade. Retoma, também, o costume judaico de celebrar a dedicação do templo de Jerusalém.

O importante é que nas igrejas se celebre “um culto perfeito” e se alcance a “plena salvação” como diz a oração do dia de hoje. De fato, os cristãos tiveram necessidade de lugares onde pudessem se reunir para proclamar a palavra de Deus, louvar e agradecer a Deus e celebrar a eucaristia, presença de Jesus ressuscitado junto dos seus.

O evangelho nos alerta, neste domingo, para que façamos da casa de Deus uma casa de oração. Quando Jesus percebe que o templo está servindo para explorar o povo e que está perdendo o sentido verdadeiro, sendo lugar de comércio, expulsa os vendilhões.

Como estão nossas igrejas? São espaço de celebração, de oração a Deus? Por meio dos encontros comunitários nossas comunidades estão se fortalecendo na fé e no compromisso cristão? Ou nossas comunidades litúrgicas são apáticas, sem vibração ou até passarelas de moda?

Nossa Senhora nos ajude a sempre louvar e agradecer ao Pai com cânticos de gratidão.

(fonte: http://www.miliciadaimaculada.org.br – Do livro Homilias (Temas de pregação dos padres dominicanos) Do livro Celebrando a Palavra (Fernando Armellini))

Em que sentido celebramos os mortos?

Padre Luizinho at 7:50 am on segunda-feira, novembro 2, 2009

FINADOS

FINADOS

Cristo esperança de todos os que crêem, ao dizer: O nosso amigo Lázaro dorme (Jo 11,11), chama adormecidos e não mortos os que partem deste mundo.

 

Também o santo Apostolo Paulo não quer que entristeçamos a respeito dos que já adormeceram, porque a fé assegura que todos os que crêem no Cristo, segundo a Palavra do Evangelho, não morrerão para sempre. Sabemos, pela fé, que ele não está morto e nós também não morreremos. Com efeito, à voz do arcanjo e ao som da trombeta divina, descerá do céu e os que nele tiverem morrido ressuscitarão (cf.1Ts 4,16).

 Que a esperança da ressurreição nos anime, pois os que perdemos neste mundo tornaremos a vê-los no outro; basta para isso cremos no Senhor com verdadeira fé, obedecendo aos seus mandamentos. Para ele, todo-poderoso, é mais fácil despertar os mortos que acordarmos nós os que dormem. Dizemos essas coisas e, no entanto, levados não sei por que sentimento desfazemo-nos em lagrimas e a saudade nos perturba a fé. Como é miserável a condição humana e nossa vida sem Cristo torna-se sem sentido!

 Ó morte, que separas os casados e, tão dura e cruelmente, separas também os amigos! Mas teu poder já está esmagado! Teu domínio impiedoso foi aniquilado por aquele que te ameaçou com o brado de Oséias: Ó morte, eu serei a tua morte! (Os 13,14 Vulg.). Nós também podemos desafiar-te com as palavras do Apostolo: Ó morte, onde está a tua vitória? Onde está o teu aguilhão? (1Cor 15,55).

 Quem te venceu nos resgatou, ele que entregou sua amada vida às mãos dos ímpios, para fazer ímpios seus amigos. São inúmeros e varias as expressões da Sagrada Escritura que nos podem consolar a todos. Basta-nos, porem, a esperança da ressurreição e termos os olhos fixos na glória de nosso Redentor. Pela fé já nos consideramos ressuscitados com ele, conforme diz o Apostolo: Se morremos com Cristo, cremos que também viveremos com ele (Rm 6,8).

 Já não nos pertencemos, mas somos daquele que nos redimiu. Nossa vontade deve sempre depender da sua. Por isso dizemos ao rezar: Seja feita a vossa vontade (Mt 6,10). Pela mesma razão, devemos dizer como Jó, quando choramos alguém que morreu: O Senhor deu o Senhor tirou; bendito seja o nome do Senhor (Jó 1,21). Façamos nossas estas palavras dele, a fim de que, aceitando como ele a vontade do Senhor, alcancemos um dia semelhante recompensa.

Das Cartas de São Bráulio de Saragoça, bispo Séc. VII.

 Cristo morreu e ressuscitou para ser o Senhor dos mortos e dos vivos (Rm 14,9). Deus, porém não é Deus dos mortos, mas dos vivos (Mt 22,32). Por isso, os mortos, que tem por Senhor aquele que vive já não são mortos, mas vivos; a vida se apossou deles para que vivam sem nenhum temor da morte, à semelhança de Cristo que, ressuscitado dos mortos, não morre mais (Rm 6,9). Assim, ressuscitados e libertos da corrupção, não mais sofrerão a morte, mas participarão da ressurreição de Cristo, como Cristo participou da morte que sofreram.

 Se ele desceu a terra, até então uma prisão perpétua, foi para arrombar as portas de bronze e quebrar as trancas de ferro (cf. Is 45,2; Sl 106,16), a fim de atrair-nos a si, livrando da corrupção a nossa vida e convertendo em liberdade a nossa escravidão. Se este plano de salvação ainda não se realizou _ pois os homens continuam a morrer e os corpos a decompor-se _ ninguém veja nisso um obstáculo para a fé. Com efeito, já recebemos o penhor de todos os bens prometidos, quando Cristo levou consigo para o alto as primícias de nossa natureza e já estamos sentados com ele nas alturas, como afirma São Paulo: Ressuscitou-nos com Cristo e nos fez sentar com ele nos céus (Ef 2,6).

Por este motivo, tendo Cristo elevado para junto do Pai as primícias da nossa natureza, leva também consigo todo o universo. Foi o que prometeu ao dizer: Quando eu for elevado da terra atrairei todos a mim (Jo 12,32).

 Dos sermões de Santo Anastácio de Antioquia, bispo Séc. VI.

 O que diz o Catecismo da Igreja:

1681. O sentido cristão da morte é revelado à luz do mistério pascal da morte e ressurreição de Cristo, em quem pomos a nossa única esperança. O cristão que morre em Cristo Jesus “abandona este corpo para ir morar junto do Senhor”.

1682. O dia da morte inaugura para o cristão, no termo da sua vida sacramental, a consumação do seu novo nascimento começado no Batismo, o definitivo “assemelhar-se à imagem do Filho”, conferido pela unção do Espírito Santo e pela participação no banquete do Reino, antecipada na Eucaristia, ainda que algumas derradeiras purificações lhe sejam ainda necessárias, para poder vestir o traje nupcial.

1683. A Igreja que, como mãe, trouxe sacramentalmente no seu seio o cristão durante a sua peregrinação terrena, acompanha-o no termo da sua caminhada para entregá-lo “nas mãos do Pai”. E oferece ao Pai, em Cristo, o filho da sua graça, e depõe na terra, na esperança, o gérmen do corpo que há de ressuscitar na glória. Esta oblação é plenamente celebrada no sacrifício eucarístico, e as bênçãos que o precedem e o seguem são sacramentais.

Oração: Ó Deus escutai com bondade as nossas preces e aumentai a nossa fé no Cristo ressuscitado, para que seja mais viva a nossa esperança na ressurreição dos vossos filhos e filhas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo. Amém

Padre Luizinho,
Comunidade Canção Nova.

A CELEBRAÇÃO DE FINADOS A VIDA ETERNA QUE CRISTO NOS PROMETE COMEÇA AGORA !

Estamos no Mês de novembro. Nesse mês, de modo especial no dia de finados, relembramos nossos familiares, amigos que partiram de nosso convívio. Para uns esse ato de recordar é tranqüilo, sereno; para outros reabre às vezes feridas, renasce o pranto e prolonga a dor porque ainda não conseguiu aceitar a separação daquele ou daquela que partiu do convívio cotidiano. De um ou de outro modo o ato de recordar reacende a saudade, mas também a dor. A visita que fazemos ao cemitério, as preces que elevamos a Deus, as velas que acendemos, as flores que oferecemos aos nossos entes queridos são um expressão do nosso amor e carinho a eles. Mas não apenas isso.

sermão03É também expressão de nossa confiança em aqueles que não estão mais juntos de nós fisicamente, que não caminham conosco em nosso dia a dia, definitivamente, não morreram. Essa garantia é o próprio Jesus quem nos da: “aquele que crê em mim, mesmo que morra viverá eternamente” (Jo 11,25). Para os que acreditam a vida não se restringe no aqui e agora que vivemos na história, porém a vida se revela em algo muito maior. A vida apreciada no amor é, na fé, convivência eterna em comunhão com Deus. Essa é a esperança cristã que nos conduz a um olhar confiante e alegre a essa comunhão de amor que há de vir. Todavia, a vida eterna, a salvação não é para ser buscada apenas depois da morte. Essa busca deve começar aqui e agora. Trata-se antes de tudo de acreditar no chamado que Deus faz a nós em Cristo. Por meio do seu filho Deus nos põe em comunhão com Ele. Mas essa é uma verdade de fé.

Assim como somente pela fé em Cristo e sob a ação do Espírito podemos conhecer quem é Deus, do mesmo modo é também pela fé que podemos ter acesso a essa verdade, ou seja, à vida glorificada. Mas cuidado para não entender errado o que estamos falando. Quando digo que é preciso crer trata-se de acolher aquele que é o Senhor da vida em nossa vida e aceitar que sua Palavra seja “lâmpada para os nossos pés” no dia a dia. Trata-se de deixar que ela – a Palavra – transforme nossa vida a tal ponto que possamos também hoje amar como o Cristo amou e ama, perdoar, solidarizar, profetizar, enfim, servir e fazer o bem como ele o fez. Dessa maneira antecipamos desde já a convivência plena no amor de Deus. O Cristo glorioso e ressuscitado não é outro senão aquele chorou diante de seu amigo Lázaro, que teve compaixão da multidão faminta, que caminhou em busca da ovelha perdida, que carregou a cruz até o calvário e lá foi crucificado e morto. Com isso quero dizer que seremos o que somos agora. Será eternizado o que agora vivemos e fazemos.

Na verdade a promessa e garantia da vida eterna supõe um modo de viver. É um viver segundo Cristo ou como diz Paulo, “não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim” (Gl 2,20). Tudo o que expressamos é preciso ser visto em relação a outro ato de recordação e celebração que antecede o dia de finados: a Festa de todos os Santos. Louvamos e bendizemos a Deus por todos os santos. Mas quem são os santos? São nossos irmãos na fé que numa determinada viveram a fé em Cristo buscando fazer a vontade do Pai. É verdade que o número dos santos não são somente aqueles que a Igreja já os declarou. Vai muito alem. Ser santo é um chamado dirigido a todos os homens e mulheres que ontem, hoje e amanhã peregrinam por esta terra (1 Cor 1,2).

Nesse sentido podemos dizer que todos os nossos irmãos, amigos, familiares que não estão mais conosco já experimentam a alegria de ser santo como nosso Deus é santo em sua ressurreição. Essa mesma alegria somos nós convidados a experimentá-la em nosso caminhar cotidiano rumo à pátria definitiva. Isso implica fazermos o que já expusemos: viver em Cristo abraçado às tarefas do Reino de Deus. Para ser mais claro, viver a caridade com os irmãos, sobretudo, o pobre, o enfermo, o faminto, pois este rosto sofrido é o rosto mesmo de Cristo. Que essa singela reflexão seja oportuna a você leitor (a) no sentido de cultivar não um sentido de desespero diante da morte ou ainda que lhe ajude a aceitá-la com um olhar sereno. De certa forma a morte é nossa parceira. Sem a morte e experiência da cruz não se experimentará a vida glorificada. Ao mesmo tempo ajude a examinar quais ações são prioritários em sua vida e se elas estão relacionadas às escolhas d’Aquele que nos chama a viver na santidade e nos assegura uma Vida plena, eterna e feliz. De uma coisa estou certo aquele que faz a vontade de Deus não ficará sem recompensa: o cêntuplo nesta vida e a vida eterna.

(fonte: http://www.dioceseprocopense.org.br/site/artigos/pealcides_finados.doc – autor: Pe. Alcides Andreatta . Mestrando em Teologia Pastoral . Belo Horizonte – MG)

Paráfrase ao Pai Nosso

____________________________________

paráfrase
pa.rá.fra.se
sf (lat paraphrase) 1 Explicação ou tradução mais desenvolvida de um texto por meio de palavras diferentes das nele empregadas. 2 Tradução livre. 3 Discurso escrito, longo e difuso.

_____________________________________

O santíssimo Pai nosso: Criador, Redentor, Salvador e Consolador; que estais nos céus: nos anjos e nos santos. Vós os iluminais para o conhecimento, porque vós, Senhor, sois a Luz.

Vós os inflamais para o amor, porque vis, Senhor, sois o Amor. Vós habitais neles repletando-os para a vida beatífica, porque vós, Senhor, sois o sumo Bem, o Bem eterno, do qual procede todo bem e sem o qual nada pode ser bom;

Santificado seja o vosso nome: reluza em nos o conhecimento de vós, para podermos reconhecer a largura de vossos benefícios, o comprimento de vossas promessas, a altura de vossa majestade e a profundidade dos juízos (cf. Ef 3,18);

Venha a nós o vosso reino: para que reineis em nós por vossa graça e nos deixeis entrar no vosso reino, onde veremos a vós mesmo sem véu, teremos o amor perfeito a vós, a beatífica comunhão convosco, a fruição de vossa essência;

Seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu: a fim de que vos amemos de todo o coração, pensando sempre em vós; de toda a alma, aspirando sempre a vós; de todo o nosso entendimento, ordenando todos os nossos desejos a vós e buscando em tudo a honra vossa; de todas as nossas forças, empenhando todas as virtudes e sentidos do corpo e da alma na obediência a vosso amor e em nada mais.

E para amarmos o nosso próximo como a nós mesmos, atraindo, na medida de nossas forças, para o vosso amor todos os homens, alegrando-os pelo bem dos outros e pelo nosso próprio bem, compadecendo-nos deles em suas tribulações e jamais ofendendo a ninguém;

O pão nosso de cada dia: vosso dileto Filho Nosso Senhor Jesus Cristo, nos dai hoje, a fim de lembrar e reconhecer o amor que teve por nós bem como tudo o que por nós tem falado, operado e sofrido;

Perdoai-nos as nossas ofensas: por vossa inefável misericórdia e o inaudito sofrimento de vosso dileto Filho, Nosso Senhor Jesus Cristo, e pela poderosa intercessão da beatíssima Virgem Maria bem como pelos méritos e súplicas de todos os vossos eleitos;

Assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido: e o que nós não perdoamos totalmente, fazei vós, ó Senhor, que o perdoemos plenamente, a fim de que possamos amar sinceramente os nossos inimigos e por eles intercedamos junto de vós, não retribuamos a ninguém o mal pelo mal (cf. Rm 12,17) e nos esforcemos por ser úteis a todos em vós;

E não nos deixeis cair em tentação: oculta ou manifesta, impetuosa ou inesperada;

Mas livrai-nos do mal: passado, presente e futuro.

Amém.

Oração enviada por: Equipe Ache Oração

– O verdadeiro sentido de HALLOWEEN

Dias de Todos os Santos

A força da religiosidade popular “acaba por ser avassaladora” e a maioria dos fiéis, antecipa a comemoração dos fiéis defuntos, a 2 de Novembro. A Igreja propõe neste primeiro dia de Novembro, a celebração de Todos os Santos. Um convite à “universal vocação à santidade”, explica à Agência ECCLESIA o Pe. João Silva Peixoto, Professor da Faculdade de Teologia e membro do Secretariado de Liturgia da diocese do Porto. Olhando os textos litúrgicos “apresenta-se uma trilogia. É-nos apresentada uma igreja santa, são apresentados todos os santos da Igreja, e, também nós, somos chamados a ser santos”. No entanto, “tenho dúvidas que neste dia 1 de Novembro, a grande maioria dos fiéis, mesmo os praticantes, pensem na vocação à santidade, no sentido a dar à sua vida que é o da felicidade e das bem-aventuranças”, exprime o sacerdote. A força da religiosidade popular “acaba por ser avassaladora” e a maioria dos fiéis, antecipa a comemoração dos fiéis defuntos, que tem o seu dia próprio a 2 de Novembro. O Pe. João Peixoto acredita que a valorização dos fiéis defuntos, e, nomeadamente, a ida aos cemitérios, para visitar as pessoas já falecidas e compor as sepulturas, “foi antecipada pelo facto de o dia 1 de Novembro ser feriado nacional e o dia 2 não o ser”. Em passados não remotos “não seria assim, mas a evolução sociológica, acabou por determinar a sobreposição das duas celebrações (Todos os Santos e Fiéis Defuntos) e, no espírito das pessoas, a predominância da segunda”. Acaba por ser uma “adaptação à sociedade laica”, manifesta o sacerdote. “Há uma grande motivação afectiva dos fiéis defuntos”, aponta o sacerdote. “É muito forte e muito viva, enquanto a celebração da vocação à santidade, é diária e mais difusa”. Nestes dias “sente-se mais intensamente a saudade dos entes queridos, que se quer celebrar numa perspectiva de comunhão e de esperança”. O Pe. João Peixoto aponta a necessidade de aproximar o exemplo dos santos da vida normal das pessoas. “Verdadeiramente santo é Deus, que não ficou na sua distância, mas veio ao encontro das pessoas, para que a santidade fosse a realidade mais humana, mais sentida e vivida pelas pessoas”. Esta vocação é diária e “deve, diariamente ser acolhida, enquanto graça de Deus”. O Pe. João Peixoto aponta que se vivem “tempos de martírio em algumas regiões, e esses acontecimentos mostram que não é necessário subir até aos espaços celestiais para encontrar a santidade, mas é aqui que devemos viver as bem-aventuranças”. Uma prática do dia de Todos os Santos é a prática da caridade, visível na tradição de pedir o «Pão por Deus». Uma tradição que os centros urbanos vão esquecendo, mas que as crianças, nas localidades mais pequenas, anseiam. “Esta é uma tradição de religiosidade popular ligada, sim, ao culto dos mortos, à refeição que, idealmente, se partilhava com os fiéis defuntos e a comunidade dos vivos”. O sacerdote aponta a partilha, presente, ainda, em alguns lugares, no dia do funeral e que persistiu em algumas regiões, neste período de Todos os Santos e fiéis defuntos. Entre as tradições e a proposta da Igreja, a mensagem a reter neste dia de Todos os Santos é que “a felicidade é possível, tomando como exemplos, homens e mulheres que viveram antes. A felicidade é possível e está ao nosso alcance, se acolhermos a graça de Deus, respondendo aos seus apelos”. 1 de Novembro, Dia de Todos os Santos «Os Santos, tendo atingido pela multiforme graça de Deus a perfeição e alcançado a salvação eterna, cantam hoje a Deus no Céu, o louvor perfeito e intercedem por nós. A Igreja proclama o mistério pascal, realizado na paixão e glorificação deles com Cristo, propõe aos fiéis os seus exemplos, que conduzem os homens ao Pai por Cristo; e implora, pelos seus méritos, as bênçãos de Deus. Segundo a sua tradição, a Igreja venera os Santos e as suas relíquias autênticas, bem como as suas imagens. É que as festas dos Santos proclamam as grandes obras de Cristo nos Seus servos e oferecem aos fiéis os bons exemplos a imitar» (Constituição Litúrgica, n.º 104 e 111). Nota Histórica Depois de ter cantado a glória e a felicidade dos Santos que «gozam em Deus a serenidade da vida imortal», a Liturgia, desde o início do século XI, consagra este dia à memória dos fiéis defuntos. É uma continuação lógica da festa de Todos os Santos. Se nos limitássemos a lembrar os nossos irmãos Santos, a Comunhão de todos os crentes em Cristo não seria perfeita. Quer os fiéis que vivem na glória, quer os que vivem na purificação, preparando-se para a visão de Deus, são todos membros de Cristo pelo Baptismo. Continuam todos unidos a nós. A Igreja peregrina não podia, por isso, ao celebrar a Igreja da glória, esquecer a Igreja que se purifica no Purgatório. É certo que a Igreja, todos os dias, na Missa, ao tornar sacramentalmente presente o Mistério Pascal, lembra «aqueles que nos precederam com o sinal da fé e dormem agora o sono da paz» (Prece Eucarística 1). Mas, neste dia, essa recordação é mais profunda e viva. O Dia de Fiéis Defuntos não é dia de luto e tristeza. É dia de mais íntima comunhão com aqueles que «não perdemos, porque simplesmente os mandámos à frente» (S. Cipriano). É dia de esperança, porque sabemos que os nossos irmãos ressurgirão em Cristo para uma vida nova. É, sobretudo, dia de oração, que se revestirá da maior eficácia, se a unirmos ao Sacrifício de reconciliação, a Missa. No Sacrifício da Missa, com efeito, o Sangue de Cristo lavará as culpas e alcançará a misericórdia de Deus para os nossos irmãos que adormeceram na paz com Ele, de modo que, acabada a Sua purificação, sejam admitidos no Seu Reino. Tradição das crianças A tradição diz que, em Portugal, no dia de Todos os Santos as crianças saem à rua e juntam-se em pequenos grupos para pedir o «Pão por Deus» de porta em porta. Em tempos, as crianças quando pediam o «Pão por Deus» recitavamm versos e recebiam como oferenda pão, broas, bolos, romãs e frutos secos, nozes, amêndoas ou castanhas, que colocavam dentro dos seus sacos de pano. É costume em algumas regiões os padrinhos oferecerem um bolo, o Santoro. Em algumas povoações chama-se a este dia o ‘Dia dos Bolinhos’. Halloween A festa de «Halloween» chegou dos Estados Unidos da América, agora muito celebrada também na Europa e assinala-se no dia 31 de Outubro. A comemoração veio dos antigos povos bárbaros Celtas, que habitava a Grã-Bretanha há mais de 2000 anos. Os Celtas realizavam a colheita nessa época do ano, e, segundo um antigo ritual, para eles os espíritos das pessoas mortas voltariam à Terra durante a noite, e queriam, entre outras coisas, alimentar-se e assustar as pessoas. Então, os Celtas costumavam vestir-se com máscaras assustadoras para afastar estes espíritos. Esse episódio era conhecido como o “Samhaim”. Com o passar do tempo, os cristãos chegaram à Grã-Bretanha, converteram os Celtas e outros povos da Ilha e a Igreja Católica transformou este ritual pagão, numa festa religiosa, passando a ser celebrada nesta mesma época e, ao invés de honrar espíritos e forças ocultas, o povo recém catequizado, deveria honrar os santos. A tradição entre estes povos continuou, e além de celebrarem o Dia de Todos os Santos, os não convertidos ao Cristianismo celebravam também a noite da véspera do Dia de Todos os Santos com as máscaras assustadoras e com comida. A noite era chamada de “All Hallows Evening”, abreviando-se, veio o Halloween.

Filipe Aquino