CARNAVAL

CARNAVAL: Você sabe o que é?
[por Maria Adalgiza Barcelos]

Bom… vejamos!
Vamos começar pelo dicionário.  -O que o “Aurélio” nos diz?

Período anual de festas profanas, que se iniciava no dia de Reis (Epifania) e que se estendia até a quarta-feira de cinzas, dia em que começavam os jejuns quaresmais.

E no popular brasileiro?

Confusão, trapalhada, desordem. Em outro dicionário (Enciclopaedia Britannica do Brasil) encontramos “orgia”.

A procedência do nome não é muito clara. Temos do latim “carne vale” ou seja “adeus carne” ou “carnem levare” (suspender ou retirar a carne). Estas derivações indicariam que no Carnaval era permitido o consumo de carne pela última vez antes dos dois dias de jejum quaresmal. O Papa São Gregório Magno teria dado ao último Domingo antes da Quaresma o título de “dominica ad carnes levandas“, expressão que foi sendo gradativamente abreviada para carnes levandas, carnelevamen, carnelevale, carneval ou carnaval.

E, apelando para as origens pagãs do Carnaval, temos que, entre os gregos e romanos, costumava-se fazer uma procissão aonde à frente ia uma forma de nave, dedicada ao deus Dionísio ou Baco. Esta nave em latim chamava-se currus navalis, de onde surgiu a forma Carnavale. As pompas do culto ao deus Baco, com suas fantasias e alegorias são anteriores à era cristã, cerca do séc. VI A.C.. Certos vasos gregos apresentam figuras mascaradas a desfilar em procissão ao som de música.

Os povos pagãos intencionavam, com seus ritos exuberantes, expiar faltas cometidas no inverno ou no ano anterior e pedir aos seres superiores fecundidade da terra e a prosperidade para a primavera e o ano novo.

Em algumas regiões procedia-se à confissão pública dos vícios. A denúncia das culpas tomava um caráter engraçado, como por exemplo, o cômico Arlequim que, antes de ser entregue à morte, confessava os seus pecados e os alheios (grifo nosso).

Apesar das intenções sérias que inspiravam inicialmente tais manifestações públicas, compreende-se que elas tenham mais e mais dado lugar à libertinagem e a deploráveis abusos. As danças e a alegria deviam servir de exortação ao povo para o início de uma nova estação do ano. Mas as religiões chamadas “de mistérios”, vindas do Oriente, por seguirem rituais exuberantes concorreram para o incremento das festividades carnavalescas. Como conseqüência, ganharam o nome de “pompas bacanais”, e tornaram-se, assim, subversivas da ordem pública. Então, o Senado Romano no Séc. II A.C. resolveu combater os bacanais, que passaram a ser acusados de graves ofensas contra a moralidade e contra o Estado.

Fonte: conf. D. Estevão Bittencourt o.s.b. (Pergunte e Responderemos 1958).

 Pronto!… Conhecemos um pouco a respeito do Carnaval. Agora convido você a meditar: hoje, VOCÊ, como cristã(o), o que pensa sobre esta festa? Acha que existe alguma semelhança entre a festa atual e a antiga?

Vamos refletir um pouco juntos. Uma festa que deveria proporcionar alegria a todos os corações – arrependimento dos pecados para começar uma fase nova na vida das pessoas, iniciando-se com o jejum como forma de sacrifício em expiação das faltas, e relembrando a nossa origem, ou seja, o nada que somos e que ao mesmo nada retornaremos; um alerta de que nada de material servirá como salvação – vê-se de forma totalmente inversa.

Estamos, como os antigos pagãos, prestando culto a um deus estranho, onde o que lhe agrada é a futilidade, promiscuidade, obscenidade, culto ao corpo (pura matéria), apresentando a nudez como a mais bela vestimenta. Músicas eróticas e literalmente pornográficas. Daí “encaixamos” direitinho na descrição dos dicionários: festa profana, confusão, trapalhada, desordem e orgia. E como pensava o Senado Romano do Séc. II A.C., “graves ofensas contra a moralidade”. O consumo exagerado de álcool, as drogas correndo solto, o anseio por uma “liberdade sem limites”. O uso apenas de uma única e transparente máscara que não esconde nada além da vergonha. Esta… sim… que se foi perdendo ao longo do tempo e que se tornou “fora de moda”. E como forma de “evitar que a situação se agrave mais” anuncia-se: – “faça sexo seguro: use camisinha”. E distribui-se camisinhas gratuitamente como se esta fosse a forma correta de se evitar que o mal se alastre.

Podemos festejar? Sim, podemos! Podemos nos alegrar? Sim, podemos e devemos! Afinal Deus nos quer alegres e felizes. E nos criou para a verdadeira felicidade que nos levará de encontro a Ele e não para as falsas alegrias, os falsos prazeres que nos impelem para longe do caminho que Ele predestinou para nós.

“Alegrai-vos sempre no Senhor. Repito: alegrai-vos!… além disso, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é nobre, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, tudo o que é virtuoso e louvável, eis o que deve ocupar vossos pensamentos.”, nos diz São Paulo em Fl 4,4.8 e conclui em I Ts 5, 21s “Examinai tudo: abraçai o que é bom. Guardai-vos de toda a espécie de mal”.

Deus nos dá total liberdade de escolha, mas não deixa de nos instruir quanto àquilo que espera de nós. “Tudo me é permitido, mas nem tudo convém” I Cor 6,12. Saibamos pedir a Deus todo o discernimento necessário para fazermos a escolha certa para os festejos do Carnaval.

A nossa Igreja Católica nos oferece uma série de opções. Não pensemos nós que os retiros de Carnaval não passam de 4 dias “bitolados” rezando sem parar. Nada disto! Trata-se de 4 dias de intensa intimidade com Deus. Com júbilo, festa, alegria e… principalmente… muita paz! Quem sai de um retiro destes sai com suas forças totalmente revigoradas e seu espírito totalmente revitalizado. Sem ressacas, sem dor de cabeça, sem ter gastado o que não podia, e o melhor… sem ter na consciência o peso e o arrependimento de ter cometido várias faltas. De modo especial, neste ano em que comemoramos 40 anos de RCC – Renovação Carismática Católica, você encontrará retiros em todas as Dioceses do País

 Então? Que tal aproveitar mais esta opção de escolha que Deus te dá? Vamos!… Faça a experiência! Procure se informar na sua Diocese. “Provai e vede como o Senhor é bom.” Sl 33,9. Não há nada melhor do que passarmos grandes momentos de alegria na presença do Senhor. Se você ainda não fez, esta é a sua chance, e acho, ou melhor, tenho certeza, de que não se arrependerá, muito pelo contrário.

Que Deus abençoe você e que o Santo Espírito de Amor envolva, neste momento, todo o seu ser, de modo que você possa, a partir de agora, iniciar a sua experiência de Deus. E que Maria, a mãe de Jesus, faça com você o que sempre fez com Ele: ame, cuide e proteja. Que o manto de amor desta Mãe envolva você com o seu calor maternal!

Salve Maria! Mãe de Jesus e MINHA Mãe!
Aquela que sempre nos leva ao seu Filho!